Apesar das novas diretrizes impostas com o “isolamento social” que o Covid - 19 (novo coronavírus) impôs ao mundo, as pesquisas e trabalhos na área de implementação seguem a todo vapor.
No dia 29 de abril de 2020, através da plataforma Zoom, aconteceu a defesa da dissertação intitulada “Programa Educação Integra e Integrada - A implementação da política de educação integral do Estado de Minas Gerais a partir da percepção dos profissionais da escola. O trabalho, de autoria de Luciana Monteiro de Campos e sob a orientação do Professor Breynner Ricardo de Oliveira (UFOP), contou com os Professores Cynthia Paes de Carvalho (PUC-RIO) e José Rubens Lima Jardilino (UFOP) na banca de avaliação. A dissertação integra a pesquisa desenvolvida em quatro escolas do interior de Minas Gerais, sobre a implementação do Programa Educação Integral e Integrada, do governo de Minas Gerais em 2019.
Veja abaixo um pouco dos temas abordados na dissertação:
A pesquisa analisou a implementação da política pública de ampliação da jornada escolar empreendida no estado de Minas Gerais, a partir do Programa Educação Integral e Integrada, sob a perspectiva da redução da vulnerabilidade social na percepção dos profissionais da escola. Partiu-se do princípio de que a vulnerabilidade e o risco social são apontados como critérios de seleção para o projeto, sinalizando, assim, uma intenção do Estado em minimizar essa condição.
Os dados da pesquisa foram analisados por meio de entrevistas semiestruturadas e as reflexões teóricas e analíticas foram empreendidas em dois eixos de estudo, quais sejam: o processo de implementação de políticas públicas a partir da perspectiva dos burocratas em nível de rua e a perspectiva da vulnerabilidade social. Tais eixos foram fundamentados nos estudos de autores como Gadotti (2006) (2009), Guará (2006), Cavalieri (2007), Moll (2009) (2014), Parente (2010), Saviani (2007), Lotta (2014), Ball & Bowe (1992) e Lipsky (1980).
A análise das entrevistas revelou que os implementadores entendem o Programa enquanto alternativa de redução da pobreza, violência e exclusão social. As capacitações, treinamentos e acompanhamento do Programa por parte dos órgãos centrais Secretaria Regional de Educação e Secretaria Estadual de Educação se revelaram como pontos de fragilidade da prática dessa política, uma vez que, diante da fala dos profissionais, tais ações não são desenvolvidas com frequência e/ou qualidade, fato que pode comprometer o sucesso da implementação.
Outra importante constatação foi a identificação de três ciclos da política de educação integral ao longo de 2006 à 2019, período em que é possível compreender que as mudanças promovidas indicam uma visão não consolidada de Educação Integral, evidenciando que cada governo interpretou e alterou a política sem, no entanto, levar em consideração a visão polissêmica de vulnerabilidade social.
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